quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Fechada para balanço



Sabe aquela expressão “a vida prega tanta peça na gente”? Pois é, andei refletindo sobre ela e cheguei a uma conclusão: a gente prega muitas peças na vida, na nossa vida! Não é por maldade, mas, talvez, por simples falta de opção (ou maturidade).
Ao longo da nossa vida criamos diversos instrumentos para lidarmos com as situações do dia-a-dia e, principalmente, com as pessoas. Alguns instrumentos são mais utilizados que outros, mas todos têm a mesma função: nos manter vivos! O problema é que nem sempre essa “vida” vem acompanhada pela saúde e aí...
Com o objetivo de conseguirmos sobreviver às diversas dificuldades da vida, esquecemos de desfrutá-la, de aproveitar esse linda viagem chamada existência. E aí vem a pergunta: vivemos e não existimos ou existimos e não vivemos?
Hoje em dia parece que viver é simplesmente seguir os padrões: trabalho, casa, família, responsabilidades... se você tem tudo isso e dá conta do recado: parabéns, você existe! Existe? Existo? “Pera aí”! E os meus sonhos? Os meus desejos? As minhas vontades? Onde ficam?
Somos criados para “dar conta do recado”, para sermos o que outros querem que nós sejamos e nem nos damos conta disso. Somos os sonhos dos outros, os desejos dos outros, as vontades dos outros... E, justamente, por isso não fazer parte da gente, não ser da “nossa natureza”, precisamos dos tais instrumentos de sobrevivência. Não se trata daqueles “kits” que contem colete, boia, comida... mas sorrisos, carinhos, atenção e cuidado aos outros simplesmente para agradar e, quem sabe, ser aceito e existir.
Aprendemos que sermos nós mesmos nem sempre é bom e que ser bom tem um jeito certo de ser. Parece confuso (e é mesmo!). O mais interesse é que ninguém nos obriga a ser assim. Nós reproduzimos esses comportamentos sem ao menos questionar: cada um com a sua ferramenta, mas o objetivo continua o mesmo.
Essa falta de reflexão do que estamos fazendo acaba por nos adoecer. Como já falei, somos criados para irmos contra a “nossa própria natureza” para sermos aceitos e queridos. Consideramos o nosso jeito errado e partirmos para as adequações (ou seriam inadequações?) frustradas que nos adoecem.
Seria esse o fim da humanidade: frustração, tristeza, dor e sofrimento? Claro que não! Ainda existe luz no fim do túnel e não é um trem vindo na sua direção! Vou te contar um segredo: todos nós temos a capacidade de nos reinventarmos. É justamente esse incômodo, essa sensação de não pertencer a lugar algum que vai nos indicar o caminho da cura.
A cura nada mais é que viver e existir ao mesmo tempo. Poder viver de acordo com você mesmo. Quem melhor que você para identificar os seus limites e as suas necessidades?
E como fazer isso? Bom, cada um terá o seu jeito de ressignificar a sua vida. Corrigir algumas falhas, enaltecer alguns acertos... O importante é definir quais instrumentos você vai querer usar, quais você vai querer guardar e quais vai querer trocar (por que não?). Nunca jogue nenhum deles fora! Saiba onde estão cada um deles. Eles foram construídos por você e podem ter alguma utilidade no futuro. O principal é saber usá-los.
Então, por onde por eu começo? Que tal “fechar para balanço”? Pare um tempinho (ou dois). Dê uma olhada em tudo o que você tem. Veja o que tem utilidade hoje. Reorganize as “prateleiras”, limpe os corredores, abra as portas e deixe a sua vida entrar!


Brasília, 13 de agosto de 2015.

domingo, 12 de julho de 2015

Sou



Quando era criança tinha o hábito de acordar de manhã, olhar pela janela e escrever o que estava vendo. Usava uma máquina de escrever antiga do meu pai e saía datilografando (sejamos sinceras: eu mais “catava milho” que datilografava). No começo era um verso, depois uma estrofe e por fim um poema inteiro! A qualidade do produto final não era “lá aquela coisa”, mas eu gostava do que eu lia e era isso que importava!
Com o tempo esse hábito foi se perdendo e eu parei de escrever sobre o que eu via e passei a escrever o que eu sentia. Infelizmente, durante muito tempo, em bloqueei os meus sentimentos e já não tinha mais o que escrever. Eu simplesmente seguia o fluxo da vida (e não era a minha).
A postagem da semana passada foi libertadora para mim. Eu consegui tirar as amarras que prendiam as minhas mãos e os meus sentimentos e voltei a escrever! Ainda não estou escrevendo muito sobre o tema do blog, mas posso te garantir que se não fosse mais uma “mazela feminina” na minha vida eu não estaria me abrindo tanto assim pra você.
Escrever é mais que um hábito, é uma necessidade para ordenar os meus pensamentos e poder seguir em frente. Só que dessa vez, seguindo o MEU fluxo!

Presenteio você com algo que escrevi e quero muito compartilhar. Espero que goste!

Sou exigente, explosiva e impulsiva
Sou amarga, solitária, irritada
Sou amiga, companheira, apaixonada
Sou fiel, guerreira, quase invencível
Sou irônica, engraçada e até bem-humorada
Falo o que penso, penso no que falo e nem sempre o saldo é positivo
Tento ignorar o que me machuca e acabo me machucando do mesmo jeito
Defendo minhas convicções com unhas e dentes, mas por vezes me sinto banguela
Tenho sonhos realizados, sonhos improváveis e sonhos impossíveis. Os pesadelos? Procuro não mantê-los
Sou independente, objetiva, racional
Sou carente, incompreendida, emocional
Sou tudo o que posso ser em uma só
E me multiplico em várias para ser apenas EU!

Brasília, 12 de julho de 2015.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Estou de volta



No final de 2011 criei este blog com o objetivo de expor as experiências de uma jovem recém-separada: EU. Descrevi sensações, vivências e percepções e descobri que eu era capaz de me curar daquela dor a cada palavra escrita. Eu sempre digo que livro de” autoajuda” ajuda mesmo  o autor...
Foram poucas publicações. O blog acabou, mas a minha vida continuou. Muitas andanças depois, cá estou eu, de volta ao meu porto seguro: a escrita. Escrever sempre foi minha válvula de escape. De maneira geral, escrevo para mim mesma, sem me preocupar com muito com as regras. Eu simplesmente deixo as ideias e os pensamentos fluírem e depois os transformo em palavras, frases, parágrafos...Tem gente que fala sozinha. Eu escrevo! Feliz ou triste lá está eu escrevendo. Às vezes escrevo em vários papéis diferentes como se fossem recortes. Outras vezes começo a escrever em um lugar e termino de escrever em outro. Qualquer pensamento que tenho é motivo para escrever: ora uma frase, ora um testamento.
E o que me fez parar de escrever por tanto tempo? Essa é uma pergunta que ainda vai ficar sem resposta... Ficou curiosa? Continue me acompanhando por aqui! (Eita marketing barato!).

Voltando ao que interessa...

Vamos dizer que eu “esqueci de me ler”. Por meses falei SOBRE as minhas experiências, mas estava falando o tempo todo DE MIM. Me revelava a cada texto escrito, não para vocês, mas para mim mesma!
Ontem resolvi reler os meus textos.  De vez em quando eu indico o meu blog achando que o meu relato (ou desabafo) pode ajudar.  Mas eu mesma não lia nada. Nenhuma palavrinha sequer! Às vezes ficava com vergonha e outras vezes com medo. No início foi meio estranho. Li um... Depois outro... A sequencia das publicações era o que menos importava. Nossa! Como fui ousada! Fui lendo mais um pouco e comecei a relembrar cada momento vivido e o sentido de cada um deles na minha vida. Foi aí que percebi o que estava vendo: eu mesma! Como um espelho, cada história me refletiu exatamente como eu era (ou sou?). A diferença é que um espelho só reflete a imagem, o que os olhos conseguem ver. Os meus textos refletiram algo diferente, mais profundo... refletiram a minha alma!
Confesso que pela primeira vez (depois de muito tempo) eu percebi o quanto eu gosto de mim! Se não fosse isso, não teria me presenteado com algo tão belo: a minha própria história escrita para que, nos momentos de incertezas, eu pudesse relembrar quem eu sou!
Não sei se esse é um recomeço ou apenas uma continuação. O principal eu já sei: EU ESTOU DE VOLTA!
Brasília, 09 de julho de 2015.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Solteira?

    Vou parar de me justificar! Vou parar de temer meus sentimentos! Vou dizer a verdade, somente a verdade!
    Nunca me senti tão só e tão bem na minha vida! Pode parecer contraditório, mas é isso mesmo o que está acontecendo. É possível ser feliz sozinha. Já descobri isso. Acontece que está chegando o momento de ser feliz junto e eu estou morrendo de medo disso!
    Há 5 meses criei esse blog e desde janeiro não escrevo uma linha sequer (até escrevo...mas não posto). Enfim, estava num momento de (re)descoberta e parece que agora estou querendo um porto seguro para atracar.
    Tenho percebido que a minha relação com os homens está mudando. Depois de alguns “cachos”, “peguetes” e “P.A.s”, percebi que eles continuavam como o centro da minha vida. Eu vivia em função deles e não apenas pelo prazer que eles poderiam me oferecer.
    Eu comecei a me perder nessa história e o pior é que eu não tinha GPS! Eu pensava como homem, mas a minha natureza continuava feminina. Sinto falta de carinho, atenção, romantismo... Isso é muito mais importante que sexo (Exagerei. É tão importante quanto sexo).
    Estava em um ritmo frenético e esse ritmo ficou mais acelerado no carnaval. Fiz tanta coisa... (Hora de usar a imaginação. Coelhinha, gatinha e diabinha foram apenas algumas das minhas fantasias).
    Esse período me revelou muita coisa. Sabia que precisava viver muitas coisas (eu queria viver essas coisas!). Acontece que eu entendi a mensagem de maneira equivocada. Pensava que agindo assim eu poderia me libertar dos buracos que estavam abertos, das experiências que não foram vividas.
    Descobri algo muito maior! Eu realmente me libertei de algumas coisas, superei outras tantas. Mas o principal foi ter feito contato com quem eu realmente sou. Sabe aquela brincadeira de adivinhação aonde você vai fazendo um monte de perguntas e acaba descobrindo a resposta a partir dos “nãos”? Minhas experiências me mostraram quem eu não gosto de ser e foi a partir daí que pude ver quem eu realmente sou.
    Não tenho como me descrever como uma pessoa “assim ou assada”. Ainda estou me transformando, ganhando forma. E na medida em que vamos ganhando forma, conseguimos nos fortalecer e enxergar aquilo que realmente queremos.
Hoje percebo que não quero mais ficar sozinha e que não vou aceitar qualquer coisa para alcançar esse objetivo. Quero ter um companheiro, alguém que esteja disposto a construir uma relação sólida e pronto para reconstruí-la quando for necessário. Alguém que me ame pelo o que sou e não pelo que posso vir a ser (eu sei TUDO o que posso ser, mas vou deixar que ele descubra). E o principal: que me faça rir! O bom-humor facilita muito as coisas!
    Será que esse homem existe? Bem, nos meus pensamentos ele já está. Resta saber se ele continuará dentro de mim ou se algum dia ele poderá estar ao meu lado. O medo ainda é muito grande e as incertezas são inúmeras. O certo eu já tenho: estar solteira. Agora vou investir no duvidoso!


Brasília, 16 de março de 2012.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Desencantei

Nossa! Parece que eu fiquei adormecida por um ano! Tentei ressurgir nessas últimas semanas, mas eu não conseguia me reerguer. Algo de muito forte me colocava pra baixo (e olha que eu já estou acostumada a ficar próxima ao chão... Bendito 1,56m!).
    Você já deve saber que força era essa: o meu ex! Nunca um ex foi tão próximo como o meu...
    Passei minhas férias no Rio. 10 dias maravilhosos na minha cidade natal (prometo que conto tudo depois, viu?). Revi amigos e conheci várias pessoas interessantes (algumas mais interessantes que outras, se é que você me entende). Fazia tempo que eu não me divertia tanto!
    Durante a minha viagem teve a tal revelação do “caso” do meu ex (se é a primeira vez que você entra no meu blog, leia o texto “Quando a verdade dói”). Isso quase acabou com a minha viagem. Eu disse quase... Apesar dessa descoberta dolorosa, a minha viagem foi ótima! Como já escrevi anteriormente, eu uso band-aid! E lá no Rio o que não me faltou foram os bons e verdadeiros amigos que ajudaram na cicatrização de cada ferida!
    Voltei pra Brasília e me deparei com a realidade: solidão! É bem difícil retomar a nossa rotina depois de dias tão intensos... E foi diante dessa dura realidade que eu tive mais uma recaída (e nem foi com o pontinho verde do facebook).
    Vou ser direta: transei com o meu ex 3 vezes na mesma semana! Nem quando nós éramos casados fazíamos tanto sexo (e de qualidade!).
   Carência + solidão: combinação explosiva! Confundi tudo! Achei que a gente estivesse voltando, que o pesadelo tinha acabado... Achar não é certeza e é claro que nós não reatamos.
   Sofri muito, mas dessa vez foi diferente. A dor não ficou alojada no meu peito. Eu sentia, mas ela logo se dissipava. E cada vez ela doía menos. Percebi que a “maldita esperança” ainda estava lá e era ela a culpada por tudo aquilo que eu vinha sentindo.
   Decidi adotar uma nova estratégia. Resolvi conversar com ela. Queria saber se era esperança de voltar ou medo de ficar só e descobri que o medo era maior.
    Tentei descobrir a funcionalidade desse medo na minha vida e... Percebi que era nenhuma! Ele só servia para me deixar mal e fazer pensar que eu deveria aceitar qualquer coisa na minha vida (ou então ficaria sozinha!).
    Eureka! Eu estava com medo da solidão e não com vontade de voltar com o meu ex! Desencantei! Agora eu sei que posso seguir em frente! Estou livre!
     A liberdade também assusta, mas ao mesmo tempo ela amplia as minhas possibilidades. Eu sei tudo o que eu posso fazer (e olha que eu posso muito!). Estou voltando a ser a mulher que eu mereço! Se um encanto se quebrou, tem outro apenas começando... e dessa vez é por mim!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Quando a verdade dói


            Andava meio afastada do meu blog. Meus últimos contatos com o meu ex não foram muito animadores e acabei perdendo um pouco o ânimo. Para você ter uma idéia, o texto “Maldita esperança!” foi escrito dia 14 de dezembro de 2011 e eu só fui postá-lo dia 02 de janeiro de 2012!
            Escrever sobre os meus sentimentos e minhas experiências amorosas tem me ajudado muito. Sempre fui racional e poder organizar os meus pensamentos em um texto faz com que eu compreenda melhor o que está acontecendo comigo (é claro que a terapia ajuda pra caramba!).
            Tinha pensado em escrever algo bem legal para você, algo que falasse sobre mudança, expectativas para o futuro... enfim, um desses textos com temas de ano novo.
            Acontece, minha amiga, que ainda não estou muito preparada para isso, apesar de ter várias idéias fervilhando na cabeça...
            Prefiro escrever sobre o meu comportamento, sobre o que estou vivendo hoje. Você já deve ter percebido que o meu humor anda meio ácido, que estou um pouco mais desgostosa (não estou falando de físico, viu?).
            Isso está acontecendo porque eu tenho pensado muito no meu ex. Desde o dia o jantar (quando senti o ciúme retardado, lembra?), tenho desejado reatar. Sei que isso não depende só de mim e que minhas amigas acham que eu devo esquecê-lo. A verdade é que eu não consigo e isso dói.
            Tenho vontade de saber o que ele tem feito, de me fazer presente mesmo estando longe e aí... Bem, caí na asneira de perguntar se ele estava saindo com outras mulheres e ele respondeu.
            Minhas amigas já tinham comentado que homem não consegue ficar muito tempo sozinho. Que eles costumam ficar muito carentes quando terminam um relacionamento. E foi o que aconteceu...
            Não tenho como descrever a dor que eu senti quando ele me contou a verdade. Sei que pode parecer egoísmo afinal, eu já fiquei com outros caras depois que terminamos. Acontece que eu não me envolvi com nenhum deles (nem com o pontinho verde!) e o meu ex disse que teve um caso de 2 meses. Eu disse: UM CASO DE 2 MESES!!!
            Depois disso cheguei a uma conclusão: não pergunte sobre aquilo que você não está preparada para ouvir a resposta. Cara, a sinceridade é fundamental, mas quando ela esbarra com a curiosidade...
            Passei o dia inteiro remoendo o assunto e decidi escrever, o meu mais novo e delicioso hobby.
            Descobri que compartilhar sentimentos é uma excelente maneira de elaborar nossos conflitos, medos e angústias. Por isso a importância desse blog para a minha vida.
            Algumas pessoas acham que eu devo me identificar, mas como eu escrevi acima, a verdade dói. Não quero trazer dor e sofrimento para ninguém, nem para o meu ex! Acho melhor continuar no anonimato e escrever sem nenhuma preocupação. Quero escrever sobre o que sinto sem nenhum julgamento (nem meu, nem seu), sobre as minhas mazelas, sejam elas amorosas ou não. Quero continuar sendo verdadeira comigo e com você!
            E para dizer a verdade, acho que ainda amo o meu ex. Essa verdade, mesmo sendo minha, também dói.
            Não vou ficar esperando por ele. A vida está passando e eu ainda quero fazer muitas coisas. Não me sinto preparada para nenhum novo relacionamento, mas estou preparada para viver! É isso o que eu quero agora e é isso que eu vou fazer! E se o meu ex vier me procurar? Vou torcer para ainda querê-lo de volta.


Rio de Janeiro, 02 de janeiro de 2012.