Dizem que a esperança é a última que morre. Se isso for verdade, eu tô lascada!
Segundo a mitologia grega, a esperança foi o último sentimento que restou na caixa de pandora. Todos os outros fugiram rapidamente após a sua abertura. Queriam conhecer o mundo, habitar novos corações.
A esperança devia ser uma mistura de mineiro com baiano: desconfiada e preguiçosa demais para sair da caixa. Não sei as conseqüências práticas disso. Pandora deve ter tido dificuldade para recolher esses sentimentos mais espertinhos, mas uma coisa eu posso te garantir: ela tinha esperança!
Nos tempos de hoje a esperança continua sendo um enorme combustível para a humanidade. Todos nós esperamos por alguma coisa, mesmo sem perceber.
Esperança é esperar com otimismo, com a certeza de que tudo ficará bem no final! E se não está bem, é porque ainda não chegou ao fim!
Fim
Que tal colocarmos um pouco de realidade nessa história?
Eu tenho muita esperança. Acredito que de fato as coisas podem dar certo se nós tivermos um mínimo de entusiasmo e perseverança.
Sempre acreditei nas pessoas, na sua capacidade de mudança, e acho que essa é uma das minhas maiores qualidades (e, talvez, um dos meus maiores defeitos). Enfim, ter esperança é uma das minhas principais características.
Quando era criança, acreditava que poderia ser a criança mais rápida do mundo. Descobri que minha esperança estava limitada a minha falta de fôlego. Corria o recreio inteiro e o máximo que conseguia era ficar com vontade de vomitar. Foi nessa época que aprendi o verdadeiro significado de “apressado come cru”. Na realidade, eu nem conseguia fazer a digestão!
Na adolescência, pensava em ser atriz. Queria ser comediante, palhaça, humorista, qualquer coisa que fizesse com que as pessoas rissem. Bem, minha esperança bateu com a vontade dos meus pais e o meu sonho acabou se reduzindo a algumas peças na escola.
Já adulta, desejava encontrar um cara que me amasse de verdade. Encontrei o cara e me casei com ele. Minha esperança era compartilhar a minha vida ao seu lado pra sempre. Como vocês já sabem, não foi isso o que aconteceu.
Ter esperança pode ser uma furada se a gente não tiver alternativas. Imagina se eu acreditasse que apenas o meu ex poderia me fazer feliz? Tá. Eu já pensei nisso antes, mas vamos relevar...
Passados alguns meses após a separação, ainda me deparo com uma sensaçãozinha chata de esperança (não é à toa que falam de uma “ponta de esperança”. Deve ser a ponta bem afiada de uma lança!).
Ás vezes penso que é possível reatar. Que nossa separação não passa de um hiato em nossas vidas e que em breve poderei escrever para vocês sobre como é possível ter um casamento feliz!
Depois eu vejo que isso tudo não é mais possível e que a minha realidade é outra...
Maldita esperança! Fica me iludindo, me fazendo acreditar que tudo é possível!
Será que a culpa é da esperança? Será que ela é tão falha assim? Quero acreditar que não. Nessa minha caminhada rumo ao auto-conhecimento (e conhecimento dos outros) descobri que sempre depositei minha esperança nos outros, pelos outros, para os outros.
Eu acredito tanto nas pessoas que parei de acreditar em mim! Olha em que merda eu fui me meter! O mais engraçado é que eu não conseguia enxergar isso.
Hoje eu percebo que existe uma pessoa que merece todo o meu carinho, toda a minha atenção. Uma pessoa que sempre estará ao meu lado: EU!
Estou descobrindo como vale à pena ter esperança em mim. E como isso é prazeroso! Não preciso de ninguém, apenas da minha fé, a maior das esperanças. Sei que vou conseguir tudo o que quero. Melhor ainda: eu mereço conseguir tudo o que eu quero. Isso não é egoísmo, nem tão pouco arrogância. É apenas a forma mais autêntica e genuína de se ter esperança!
Brasília, 14 de dezembro de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário