segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Desencantei

Nossa! Parece que eu fiquei adormecida por um ano! Tentei ressurgir nessas últimas semanas, mas eu não conseguia me reerguer. Algo de muito forte me colocava pra baixo (e olha que eu já estou acostumada a ficar próxima ao chão... Bendito 1,56m!).
    Você já deve saber que força era essa: o meu ex! Nunca um ex foi tão próximo como o meu...
    Passei minhas férias no Rio. 10 dias maravilhosos na minha cidade natal (prometo que conto tudo depois, viu?). Revi amigos e conheci várias pessoas interessantes (algumas mais interessantes que outras, se é que você me entende). Fazia tempo que eu não me divertia tanto!
    Durante a minha viagem teve a tal revelação do “caso” do meu ex (se é a primeira vez que você entra no meu blog, leia o texto “Quando a verdade dói”). Isso quase acabou com a minha viagem. Eu disse quase... Apesar dessa descoberta dolorosa, a minha viagem foi ótima! Como já escrevi anteriormente, eu uso band-aid! E lá no Rio o que não me faltou foram os bons e verdadeiros amigos que ajudaram na cicatrização de cada ferida!
    Voltei pra Brasília e me deparei com a realidade: solidão! É bem difícil retomar a nossa rotina depois de dias tão intensos... E foi diante dessa dura realidade que eu tive mais uma recaída (e nem foi com o pontinho verde do facebook).
    Vou ser direta: transei com o meu ex 3 vezes na mesma semana! Nem quando nós éramos casados fazíamos tanto sexo (e de qualidade!).
   Carência + solidão: combinação explosiva! Confundi tudo! Achei que a gente estivesse voltando, que o pesadelo tinha acabado... Achar não é certeza e é claro que nós não reatamos.
   Sofri muito, mas dessa vez foi diferente. A dor não ficou alojada no meu peito. Eu sentia, mas ela logo se dissipava. E cada vez ela doía menos. Percebi que a “maldita esperança” ainda estava lá e era ela a culpada por tudo aquilo que eu vinha sentindo.
   Decidi adotar uma nova estratégia. Resolvi conversar com ela. Queria saber se era esperança de voltar ou medo de ficar só e descobri que o medo era maior.
    Tentei descobrir a funcionalidade desse medo na minha vida e... Percebi que era nenhuma! Ele só servia para me deixar mal e fazer pensar que eu deveria aceitar qualquer coisa na minha vida (ou então ficaria sozinha!).
    Eureka! Eu estava com medo da solidão e não com vontade de voltar com o meu ex! Desencantei! Agora eu sei que posso seguir em frente! Estou livre!
     A liberdade também assusta, mas ao mesmo tempo ela amplia as minhas possibilidades. Eu sei tudo o que eu posso fazer (e olha que eu posso muito!). Estou voltando a ser a mulher que eu mereço! Se um encanto se quebrou, tem outro apenas começando... e dessa vez é por mim!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Quando a verdade dói


            Andava meio afastada do meu blog. Meus últimos contatos com o meu ex não foram muito animadores e acabei perdendo um pouco o ânimo. Para você ter uma idéia, o texto “Maldita esperança!” foi escrito dia 14 de dezembro de 2011 e eu só fui postá-lo dia 02 de janeiro de 2012!
            Escrever sobre os meus sentimentos e minhas experiências amorosas tem me ajudado muito. Sempre fui racional e poder organizar os meus pensamentos em um texto faz com que eu compreenda melhor o que está acontecendo comigo (é claro que a terapia ajuda pra caramba!).
            Tinha pensado em escrever algo bem legal para você, algo que falasse sobre mudança, expectativas para o futuro... enfim, um desses textos com temas de ano novo.
            Acontece, minha amiga, que ainda não estou muito preparada para isso, apesar de ter várias idéias fervilhando na cabeça...
            Prefiro escrever sobre o meu comportamento, sobre o que estou vivendo hoje. Você já deve ter percebido que o meu humor anda meio ácido, que estou um pouco mais desgostosa (não estou falando de físico, viu?).
            Isso está acontecendo porque eu tenho pensado muito no meu ex. Desde o dia o jantar (quando senti o ciúme retardado, lembra?), tenho desejado reatar. Sei que isso não depende só de mim e que minhas amigas acham que eu devo esquecê-lo. A verdade é que eu não consigo e isso dói.
            Tenho vontade de saber o que ele tem feito, de me fazer presente mesmo estando longe e aí... Bem, caí na asneira de perguntar se ele estava saindo com outras mulheres e ele respondeu.
            Minhas amigas já tinham comentado que homem não consegue ficar muito tempo sozinho. Que eles costumam ficar muito carentes quando terminam um relacionamento. E foi o que aconteceu...
            Não tenho como descrever a dor que eu senti quando ele me contou a verdade. Sei que pode parecer egoísmo afinal, eu já fiquei com outros caras depois que terminamos. Acontece que eu não me envolvi com nenhum deles (nem com o pontinho verde!) e o meu ex disse que teve um caso de 2 meses. Eu disse: UM CASO DE 2 MESES!!!
            Depois disso cheguei a uma conclusão: não pergunte sobre aquilo que você não está preparada para ouvir a resposta. Cara, a sinceridade é fundamental, mas quando ela esbarra com a curiosidade...
            Passei o dia inteiro remoendo o assunto e decidi escrever, o meu mais novo e delicioso hobby.
            Descobri que compartilhar sentimentos é uma excelente maneira de elaborar nossos conflitos, medos e angústias. Por isso a importância desse blog para a minha vida.
            Algumas pessoas acham que eu devo me identificar, mas como eu escrevi acima, a verdade dói. Não quero trazer dor e sofrimento para ninguém, nem para o meu ex! Acho melhor continuar no anonimato e escrever sem nenhuma preocupação. Quero escrever sobre o que sinto sem nenhum julgamento (nem meu, nem seu), sobre as minhas mazelas, sejam elas amorosas ou não. Quero continuar sendo verdadeira comigo e com você!
            E para dizer a verdade, acho que ainda amo o meu ex. Essa verdade, mesmo sendo minha, também dói.
            Não vou ficar esperando por ele. A vida está passando e eu ainda quero fazer muitas coisas. Não me sinto preparada para nenhum novo relacionamento, mas estou preparada para viver! É isso o que eu quero agora e é isso que eu vou fazer! E se o meu ex vier me procurar? Vou torcer para ainda querê-lo de volta.


Rio de Janeiro, 02 de janeiro de 2012.

Maldita esperança!


Dizem que a esperança é a última que morre. Se isso for verdade, eu tô lascada!
Segundo a mitologia grega, a esperança foi o último sentimento que restou na caixa de pandora. Todos os outros fugiram rapidamente após a sua abertura. Queriam conhecer o mundo, habitar novos corações.
A esperança devia ser uma mistura de mineiro com baiano: desconfiada e preguiçosa demais para sair da caixa. Não sei as conseqüências práticas disso. Pandora deve ter tido dificuldade para recolher esses sentimentos mais espertinhos, mas uma coisa eu posso te garantir: ela tinha esperança!
Nos tempos de hoje a esperança continua sendo um enorme combustível para a humanidade. Todos nós esperamos por alguma coisa, mesmo sem perceber.
Esperança é esperar com otimismo, com a certeza de que tudo ficará bem no final! E se não está bem, é porque ainda não chegou ao fim!

Fim

Que tal colocarmos um pouco de realidade nessa história?
Eu tenho muita esperança. Acredito que de fato as coisas podem dar certo se nós tivermos um mínimo de entusiasmo e perseverança.
Sempre acreditei nas pessoas, na sua capacidade de mudança, e acho que essa é uma das minhas maiores qualidades (e, talvez, um dos meus maiores defeitos). Enfim, ter esperança é uma das minhas principais características.
Quando era criança, acreditava que poderia ser a criança mais rápida do mundo. Descobri que minha esperança estava limitada a minha falta de fôlego. Corria o recreio inteiro e o máximo que conseguia era ficar com vontade de vomitar. Foi nessa época que aprendi o verdadeiro significado de “apressado come cru”. Na realidade, eu nem conseguia fazer a digestão!
Na adolescência, pensava em ser atriz. Queria ser comediante, palhaça, humorista, qualquer coisa que fizesse com que as pessoas rissem. Bem, minha esperança bateu com a vontade dos meus pais e o meu sonho acabou se reduzindo a algumas peças na escola.
Já adulta, desejava encontrar um cara que me amasse de verdade. Encontrei o cara e me casei com ele. Minha esperança era compartilhar a minha vida ao seu lado pra sempre. Como vocês já sabem, não foi isso o que aconteceu.
Ter esperança pode ser uma furada se a gente não tiver alternativas. Imagina se eu acreditasse que apenas o meu ex poderia me fazer feliz? Tá. Eu já pensei nisso antes, mas vamos relevar...
Passados alguns meses após a separação, ainda me deparo com uma sensaçãozinha chata de esperança (não é à toa que falam de uma “ponta de esperança”. Deve ser a ponta bem afiada de uma lança!).
Ás vezes penso que é possível reatar. Que nossa separação não passa de um hiato em nossas vidas e que em breve poderei escrever para vocês sobre como é possível ter um casamento feliz!
Depois eu vejo que isso tudo não é mais possível e que a minha realidade é outra...
Maldita esperança! Fica me iludindo, me fazendo acreditar que tudo é possível!
Será que a culpa é da esperança? Será que ela é tão falha assim? Quero acreditar que não. Nessa minha caminhada rumo ao auto-conhecimento (e conhecimento dos outros) descobri que sempre depositei minha esperança nos outros, pelos outros, para os outros.
Eu acredito tanto nas pessoas que parei de acreditar em mim! Olha em que merda eu fui me meter! O mais engraçado é que eu não conseguia enxergar isso.
Hoje eu percebo que existe uma pessoa que merece todo o meu carinho, toda a minha atenção. Uma pessoa que sempre estará ao meu lado: EU!
            Estou descobrindo como vale à pena ter esperança em mim. E como isso é prazeroso! Não preciso de ninguém, apenas da minha fé, a maior das esperanças. Sei que vou conseguir tudo o que quero. Melhor ainda: eu mereço conseguir tudo o que eu quero. Isso não é egoísmo, nem tão pouco arrogância. É apenas a forma mais autêntica e genuína de se ter esperança!

Brasília, 14 de dezembro de 2011.