terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cadê o romantismo?

Romantismo: ele ainda existe? Antigamente os homens se preocupavam com a conquista. Mandavam flores, abriam a porta do carro, faziam juras de amor. Depois que eles conseguiam o que queriam, acontecia algo surpreendente: eles continuavam o relacionamento e até casavam!
            Hoje em dia as coisas mudaram um pouco. Os homens até continuam mandando flores (para a mãe), abrindo a porta do carro (para eles) e fazendo juras de amor (para a amante), mas a intenção disso tudo mudou.
            Estamos na era das segundas intenções. Tudo o que o homem faz vem acompanhado de outro sentido. Um simples “você está linda” não se refere apenas a sua beleza, mas a algo que homem deseja (e muito), todos os dias: SEXO!
            Como isso irrita! Assim como você, eu também gosto de sexo. É saudável e gostoso. Acho que fazer sexo é a única oportunidade que temos de “comer” perdendo calorias. O problema não está no sexo, mas na forma como o homem tenta te seduzir para consegui-lo. O mais interessante é que isso acontece dentro e fora do casamento.
            Meu último relacionamento durou 7 anos, sendo que 4 anos foram de casamento. Eu já sabia quando o meu marido queria transar. Era muito simples: ele me elogiava!
            Depois que me separei, fiquei um tempo no casulo. Saía, mas apenas observava o comportamento masculino. Estava destreinada e precisava conhecer melhor esse universo tão rico (e ao mesmo tempo tão previsível) que é o universo masculino. Ao contrário de muitas mulheres, eu não saio para ver mulher. Não fico vendo roupa, acessório, quilos a mais ou menos das minhas adversárias. Quem tem que fazer isso é homem! Eu prefiro mirar a caça e sair da noite satisfeita!
            Foi justamente nesse período que eu percebi que o sexo é a meta de todo homem. Ele chega de mansinho, faz a tradicional pergunta “você vem sempre aqui?” e depois começa o ataque. As mais ingênuas acham que com aquele cara vai ser diferente. As mais espertas começam a tirar a roupa! Não é exagero. É fato!
            Uma coisa interessante que eu percebi nesses últimos meses é que o sexo interfere na memória. Alguns homens simplesmente te esquecem depois que transam com você! Infelizmente eu ainda não sei como fazer para reverter esse quadro de amnésia, mas estou batalhando para isso. Por enquanto eu posso afirmar que se você quer passar mais tempo com um cara, adie o máximo possível a transa. Esse comportamento pode deixar o homem mais interessado em você e pode até ser que ele te ligue depois. Mas cuidado: homem não tem muita paciência! Enquanto você estiver fazendo jogo duro ele pode procurar alguém que dê mole! E aí...
            Eu fico pensando: não seria mais fácil se o homem falasse logo o que quer? O diálogo seria mais ou menos assim:
                                                                                                    
            - Oi.
            - Oi.
            - Você não deve vir sempre aqui. Eu tô aqui sempre e nunca te vi. Te achei linda e quero te comer. E aí?

            Se a mulher quiser o cara, vai ficar mais alguns minutos com ele e depois eles vão sair para algum lugar qualquer. Se ela não gostar, vai dizer não e deixar a fila andar para ambos os lados. Não é mais prático?
            Mas não! O homem sempre vem com a mesma ladainha. Ele finge ser uma coisa que não é e nós fingimos que acreditamos. Começamos a nos relacionar com uma mentira e depois exigimos sinceridade. Vai entender...
            Eu gostaria que as coisas fossem diferentes. Embora possa parecer que eu seja uma mulher descrente, ainda penso na existência do amor romântico, verdadeiro, livre de qualquer segunda intenção.  Adoraria conhecer um homem galanteador, educado, gentil e que, entre outras qualidades, quisesse me comer, mas que isso não fosse o ponto de partida, mas a chegada.
            Sei que esse homem está por aí, em algum lugar. Que encontrá-lo é questão de tempo. Acontece que a gente só encontra aquilo que procura. E eu não estou procurando. Não vou negar que alguns homens já despertaram o meu interesse, mas sei que ainda não é o momento de me envolver. E já que falei em sinceridade, preciso ser sincera comigo.
Por enquanto estou em busca de novas experiências, novos encontros e alguns desencontros. Quero viver. Quero escrever. Quero descrever. Quero fazer rir. Quero inverter, confundir, virar do avesso! Quero estar aqui e poder ir para lá. Quero estar lá e poder voltar pra cá. Eu sou a melhor companhia pra mim!
Vou continuar levando a minha vida, sendo romântica comigo mesma. Vou me alegrar com as flores que encontrar no caminho, vou continuar abrindo a porta do carro pra mim (é óbvio!) e o principal, vou continuar me amando, fazendo juras de amor eterno todos os dias quando me olhar no espelho.





Brasília, 28 de novembro de 2011.

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