quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pra quê esquecer?


Quando terminamos um relacionamento, seja ele longo ou curto, todo mundo diz a mesma coisa: “esquece”. O engraçado é que quanto mais eu tento esquecer, mais eu lembro. Seria um novo paradoxo?
            Começamos a beber pra esquecer, comer pra esquecer, sair pra esquecer... Fazemos tudo para esquecê-lo, mas ele fica cada vez mais presente em nossas vidas. Será que esquecer é mesmo o melhor caminho?
            Como vocês sabem, acabei de terminar um relacionamento de 7 anos. Nosso final foi muito doloroso e confesso que está sendo difícil elaborar tudo isso.
            Nossa relação não estava boa e o término era questão de tempo. Separamos. Voltamos. Separamos de vez. Cada um no seu canto. Cada um com a sua vida. Mas e a vida em comum? Não se tira uma pessoa da nossa vida assim, num passe de mágica.
            Às vezes penso que aquela máquina do filme “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” seria a solução do meu problema. Em questão de segundos eu simplesmente apagaria o meu ex da minha vida, da minha memória.
            Eu iria ao médico, diria: “quero esquecê-lo” e puft! Nada mais de dor. Mas será que o caminho mais curto é o melhor? Apagar uma pessoa da nossa vida seria o mesmo que apagar uma parte da nossa própria história. Imagina viver com um vazio eterno sem saber do que se trata? Não quero essa angústia pra mim! Já tenho que conviver com várias...
            Uma vez me disseram que o meu casamento não deu errado. Ele deu certo por 7 anos. Foram 7 anos de convivência, com experiências boas e ruins. Posso te garantir que aprendi muito com todas elas (principalmente com as ruins) e o término dessa união está me ensinando muito!
 Mágoa, dor, raiva e outros tantos sentimentos (sofrimentos), fazem parte desse processo e são fundamentais para o nosso crescimento. Mas eles não são os únicos que nos fazem crescer: a alegria de perceber que podemos continuar sozinhas, a paz de espírito que sentimos quando começamos a fazer contato com nós mesmas e a beleza da mudança que acontece quando terminamos um relacionamento, elevam e lavam a alma!
            Tenho várias lembranças boas com o meu ex e não pretendo esquecê-las nunca! Momentos inesquecíveis, de felicidade plena. Quem foi que disse que término de relacionamento é sinônimo de amnésia? Vamos lembrar! Lembrar de todos os momentos felizes. Lembrar de como valeu à pena compartilhar a sua vida com aquela pessoa por tantos anos!
            Isso não faz mais sentido? Pra quê passar uma borracha? Ela sempre deixa marcas! O melhor é deixar tudo lá para que a gente possa aproveitar ao máximo cada experiência. O que for bom, a gente repete. O que for ruim... bem deixemos guardado para não fazer de novo.
            Decidi lembrar. Decidi manter tudo guardadinho. Se faltar espaço para armazenar tantas lembranças, farei um “backup”. Mas nunca, jamais, uma formatação!




Brasília, 30 de novembro de 2011.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Viva o pensamento peniano!


Semana passada escrevi sobre a necessidade de entender os homens. Ou melhor, tentei escrever sobre isso. É praticamente impossível entendê-los! Apesar da frustração latente de não conseguir alcançar esse objetivo, cheguei à conclusão (e provei) que homem gosta de homem.
            Homem gosta de mulher que tem atitude, mesmo que a atitude seja não fazer nada: não ligar, não falar nas redes sociais. Ignorar, mesmo que seja com sacrifício.
            Falei também de uma certa recaída e da minha vontade de retornar ao topo da cadeia alimentar. Agi naquele estilo “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” e acabei me lascando.
            Bem, caras leitoras, é com grande orgulho que eu digo, ou melhor, grito (quero deixar todas com inveja!): conquistei o meu objetivo. Estou de volta!
            Não foi uma tarefa muito fácil. Ter o número dele no meu celular e ver a tal da bolinha verde do Facebook era tentador. Eu queria falar com ele. Entender o porquê do seu sumiço. Pensava: “será que fui muito fácil?”, “será que ele não gostou de mim?”.  Estava pensando como mulher e agindo como homem.
            Desisti de falar com ele, mas ainda queria escrever uma última mensagem. Estava pensando no que ia escrever, escrevendo (estou falando daquele comportamento que todas nós mulheres fazemos. Escrevemos um testamento e depois apagamos tudo! Não seria mais fácil pensar antes de escrever?). Bolei várias frases provocantes, mas achei melhor não enviar nenhuma delas. Foi num desses momentos de inspiração, logo após escrever minha crônica sobre o romantismo, que a bolinha verde do Facebook resolveu se manifestar.
            A primeira coisa que fiz foi gritar: “viva o pensamento peniano!”. Foi surpreendente! O pensamento peniano realmente funciona! Respirei fundo e procurei ser o mais indiferente possível. A cada nova frase que surgia eu me segurava para não entregar o jogo.
            Conversa vai, conversa vem. Decidi aceitar o seu convite e fui me encontrar com ele. Mais uma vez foi maravilhoso, divertido e libertador. Não vou falar mais nada. Prefiro que vocês usem a imaginação.
            É bem provável que a “nossa história” fique nisso. E quem se importa? Por que o sexo precisa ser um tabu? Por que nós mulheres não podemos fazê-lo sem o compromisso de virar um compromisso? Esse é mais um pensamento peniano com o qual o tenho me identificado muito.
                                   
            O Ministério da Saúde adverte: a continuação da leitura desse texto é contra-indicada para pessoas puras e castas.

            Vou ser sincera com vocês (aliás, sempre sou!). Não tenho a intenção de transar com todo homem que aparecer. Não é minha intenção e nem quero! Já transei com um cara que não tinha a menor afinidade. Não pretendo repetir a experiência, mas ter vivenciado isso foi muito importante para mim.
            Hoje acredito ser possível fazer sexo pelo sexo. Se há um envolvimento, um interesse mútuo, fica bem melhor, mas não é fundamental. Sexo, por si só, já é gostoso. O amor é um tempero especial.
            Ai, meu Deus! Será que estou virando um homenzinho? Que nada! Nesse momento da minha vida, pensar dessa forma está sendo extremamente útil. Responda com sinceridade: com que freqüência você vê um homem sofrendo por amor? É por esse motivo que o pensamento peniano tem me despertado tanto interesse.
            A mulher sensível e romântica que eu fui ainda existe. Ela reaparece em cada suspiro que dou quando vejo a bolinha verde no Facebook, quando dou um sorriso de satisfação ou quando, depois do sexo, fico deitada na cama fazendo carinho na pessoa que eu escolhi para estar lá.
            Uma vez eu li que a maior defesa é o ataque. Se isso servir para apaziguar a minha revolução interna, providenciarei novos ataques! Cansei de sofrer! Cansei de me arrepender! Agora é a minha vez! Cuidado homens: já existe uma mulher que pensa como vocês!


Brasília, 29 de novembro de 2011.

Cadê o romantismo?

Romantismo: ele ainda existe? Antigamente os homens se preocupavam com a conquista. Mandavam flores, abriam a porta do carro, faziam juras de amor. Depois que eles conseguiam o que queriam, acontecia algo surpreendente: eles continuavam o relacionamento e até casavam!
            Hoje em dia as coisas mudaram um pouco. Os homens até continuam mandando flores (para a mãe), abrindo a porta do carro (para eles) e fazendo juras de amor (para a amante), mas a intenção disso tudo mudou.
            Estamos na era das segundas intenções. Tudo o que o homem faz vem acompanhado de outro sentido. Um simples “você está linda” não se refere apenas a sua beleza, mas a algo que homem deseja (e muito), todos os dias: SEXO!
            Como isso irrita! Assim como você, eu também gosto de sexo. É saudável e gostoso. Acho que fazer sexo é a única oportunidade que temos de “comer” perdendo calorias. O problema não está no sexo, mas na forma como o homem tenta te seduzir para consegui-lo. O mais interessante é que isso acontece dentro e fora do casamento.
            Meu último relacionamento durou 7 anos, sendo que 4 anos foram de casamento. Eu já sabia quando o meu marido queria transar. Era muito simples: ele me elogiava!
            Depois que me separei, fiquei um tempo no casulo. Saía, mas apenas observava o comportamento masculino. Estava destreinada e precisava conhecer melhor esse universo tão rico (e ao mesmo tempo tão previsível) que é o universo masculino. Ao contrário de muitas mulheres, eu não saio para ver mulher. Não fico vendo roupa, acessório, quilos a mais ou menos das minhas adversárias. Quem tem que fazer isso é homem! Eu prefiro mirar a caça e sair da noite satisfeita!
            Foi justamente nesse período que eu percebi que o sexo é a meta de todo homem. Ele chega de mansinho, faz a tradicional pergunta “você vem sempre aqui?” e depois começa o ataque. As mais ingênuas acham que com aquele cara vai ser diferente. As mais espertas começam a tirar a roupa! Não é exagero. É fato!
            Uma coisa interessante que eu percebi nesses últimos meses é que o sexo interfere na memória. Alguns homens simplesmente te esquecem depois que transam com você! Infelizmente eu ainda não sei como fazer para reverter esse quadro de amnésia, mas estou batalhando para isso. Por enquanto eu posso afirmar que se você quer passar mais tempo com um cara, adie o máximo possível a transa. Esse comportamento pode deixar o homem mais interessado em você e pode até ser que ele te ligue depois. Mas cuidado: homem não tem muita paciência! Enquanto você estiver fazendo jogo duro ele pode procurar alguém que dê mole! E aí...
            Eu fico pensando: não seria mais fácil se o homem falasse logo o que quer? O diálogo seria mais ou menos assim:
                                                                                                    
            - Oi.
            - Oi.
            - Você não deve vir sempre aqui. Eu tô aqui sempre e nunca te vi. Te achei linda e quero te comer. E aí?

            Se a mulher quiser o cara, vai ficar mais alguns minutos com ele e depois eles vão sair para algum lugar qualquer. Se ela não gostar, vai dizer não e deixar a fila andar para ambos os lados. Não é mais prático?
            Mas não! O homem sempre vem com a mesma ladainha. Ele finge ser uma coisa que não é e nós fingimos que acreditamos. Começamos a nos relacionar com uma mentira e depois exigimos sinceridade. Vai entender...
            Eu gostaria que as coisas fossem diferentes. Embora possa parecer que eu seja uma mulher descrente, ainda penso na existência do amor romântico, verdadeiro, livre de qualquer segunda intenção.  Adoraria conhecer um homem galanteador, educado, gentil e que, entre outras qualidades, quisesse me comer, mas que isso não fosse o ponto de partida, mas a chegada.
            Sei que esse homem está por aí, em algum lugar. Que encontrá-lo é questão de tempo. Acontece que a gente só encontra aquilo que procura. E eu não estou procurando. Não vou negar que alguns homens já despertaram o meu interesse, mas sei que ainda não é o momento de me envolver. E já que falei em sinceridade, preciso ser sincera comigo.
Por enquanto estou em busca de novas experiências, novos encontros e alguns desencontros. Quero viver. Quero escrever. Quero descrever. Quero fazer rir. Quero inverter, confundir, virar do avesso! Quero estar aqui e poder ir para lá. Quero estar lá e poder voltar pra cá. Eu sou a melhor companhia pra mim!
Vou continuar levando a minha vida, sendo romântica comigo mesma. Vou me alegrar com as flores que encontrar no caminho, vou continuar abrindo a porta do carro pra mim (é óbvio!) e o principal, vou continuar me amando, fazendo juras de amor eterno todos os dias quando me olhar no espelho.





Brasília, 28 de novembro de 2011.

Eu queria entender os homens...

Eu queria entender os homens. Não sei se isso é utopia, mas é necessário. Cada vez que saio, reflito mais sobre isso. Os homens não são fáceis de compreender e todas vocês sabem disso.
            Os homens desejam as mulheres, mas que mulheres eles querem? Se você é bonita, mas romântica, eles a repelem antes mesmo de ficar. Homem, de maneira geral, não quer casar. Relacionar-se com uma mulher romântica seria o mesmo que reduzir a sua vida a alguns passos: aqueles que vão levá-lo ao altar! Os homens fogem dessas mulheres assim como o diabo da cruz. Ficam iludindo essas pobres-coitadas a vida toda. Mas na hora de casar, quem eles preferem?
            Existem as mulheres independentes. Mulheres que não vão se importar com o futebolzinho no final de semana. No mínimo, durante a partida elas arrumarão um programa bem mais interessante, como sair com as amigas e falar mal dos homens! O problema da mulher independente é que ela é independente! Em algum momento elas vão perceber que não precisam daquele traste e vão terminar o relacionamento sem dó nem piedade. Quando o homem perceber, já estará sozinho há algumas semanas e ela, provavelmente, já estará com outro! Alguns homens adoram essas mulheres, mas outros têm um verdadeiro pavor!
            Há as mulheres-mães, que não deixam faltar nada em casa. Cobrem o parceiro de amor, carinho, comida e ainda avisam quando vai chover! Essas mulheres existem e se dão muito bem com homens manipuladores, que sabem usar muito bem aquele olhar encantador do “gato de botas”. O problema é quando a mulher-mãe começa a se irritar e coloca seu filho, digo, marido de castigo: está iniciada a famosa greve de sexo. Mas o pior para eles não é isso, os homens-filhos sentem mais falta das roupas limpas e perfumadas que aparecem misteriosamente dentro dos seus armários e da comidinha feita na hora.
            Certa vez uma amiga me disse que homem gosta de homem. Não estou falando de homossexualidade, mas de um fato. Toda vez que a mulher tem atitude de homem eles ficam loucos! Já testei isso e tive 100% de aproveitamento.
            Vejamos: todo homem está acostumado a tomar a iniciativa. Ele é um caçador nato. Quando você se aproxima e aborda um cara ele fica sem saber o que fazer. Uma vez consegui provocar uma crise de gagueira! Algumas mulheres podem achar que essa atitude é machista. E é mesmo! Não estou falando que homem gosta de homem?
            Quando o homem não sabe o que fazer, vira uma presa fácil. Dá até pena! Sabe aquela cena clássica do Discovery Channel do leão com o veadinho? É exatamente o que acontece. Você pode jogar o homem para um lado, jogar para o outro que ele vai ficar ali, parado na sua.
            Atitude, o verdadeiro elemento surpresa da mulher!
            Depois que você já “pegou” quem queria, vem o segundo passo: a troca de telefones. Não ofereça o seu número, NUNCA! Nesse momento existem algumas alternativas: você pode pedir o telefone dele (fique atenta, nesse caso você estará abrindo a guarda. É uma atitude arriscada, mas se o cara valer a pena, FAÇA!) ou você pode esperar que ele peça o seu número, cabe a você decidir se dará o número certo ou não. Em tempos de Facebook e MSN, esses contatos têm o mesmo peso de número de celular. O carinha não pedir seu telefone ou você não pedir o dele não quer dizer que a “ficada” não foi boa. Ela apenas já deu o que tinha que dar.
            Está com o telefone salvo na agenda? Ignore! Isso mesmo, I-G-N-O-R-E. Não é isso que eles fazem com a gente? Homem também fica esperando as nossas ligações e quando elas não acontecem, ficam loucos! Essa estratégia tem funcionado significativamente nos últimos meses, com raras desistências. Não sou um mulherão, mas sei valorizar o produto! Sentiu vontade de ligar? Telefone para uma amiga, vá malhar, ouvir música... O que você achar melhor. Só não vale sair comendo sem parar! Nesse caso, aconselho ligar pra criatura.
            Com o Facebook e MSN você agirá da mesma forma. Toda vez que aquele sinalzinho verde aparecer, siga em frente! Não olhe para os lados, não pense. Apenas respire fundo e I-G-N-O-R-E! Se ele quiser falar com você, ele vai te chamar. Se não te chamar, quem é que vai sair perdendo mesmo?
            Eu já tive a minha recaída. Dei meu telefone para um carinha (carinha é sacanagem! Boas recordações...). Esqueci que tinha o número dele e em dois dias ele já estava me chamando para sair. Fiz jogo duro, recusei dois convites até que chegou o grande dia. Saímos, ficamos e foi ótimo!
            No dia seguinte, mantive o meu pensamento de não ligar. Mas ao ver aquela maldita bolinha verde do Facebook, não resisti e escrevi pra ele. Que droga! Conversamos pouco e aquela conversa calorosa que tínhamos ao telefone se transformou em lembrança. Até mensagem para o celular eu mandei!  Cavei minha própria cova! Quando nós mulheres damos algum sinal de interesse, ficamos vulneráveis. E foi isso o que aconteceu. Não sei se ele vai me ligar, enviar mensagem... Só sei que isso não vai terminar assim! Ainda não decidi o que vou fazer, mas sei que preciso recuperar meu lugar nessa cadeia alimentar!
É por essas e outras razões, minha amiga, que eu afirmo: quando nós mulheres nos apropriarmos desse, digamos, “Pensamento Peniano”, as coisas mudam. E muito! Já que não é possível entender os homens por enquanto, fica um consolo: quando entendermos um, entenderemos todos!


Brasília, 24 de novembro de 2011.